Quando você reflete sobre a dificuldade para dar e receber feedback, você começa a perceber o desafio que é passar por essa experiência de modo a ter uma conversa significativa e construtiva. Um bom lugar para se começar é examinando alguns dos pressupostos desmistificados em algumas pesquisas.

Pressuposto 1: Pessoas não percebem que há um problema

Um estudo global realizado pela consultoria Zenger/Folkman, com a participação de 3.875 profissionais que receberam feedback, revelou que 74% estavam cientes dos problemas que foram levantados e não ficaram surpresos.

Com frequência, quando observamos alguém com desempenho ruim, pensamos, “Se ele ao meno percebesse que tem um problema, poderia se sair melhor”. No entanto, a maior parte do tempo, isso não é verdade. Um funcionário que enfrenta dificuldades com suas atividades pode não perceber o quão sério é o problema, mas provavelmente, ele está bem ciente do que ocorre, contudo ainda não descobriu como melhorar a performance. Isso significa que apenas apontar o problema não será de grande ajuda.

Pressuposto 2: É melhor acabar rápido

Já que ambos, o indivíduo transmitindo o feedback e o indivíduo recebendo-o, estão ansiosos, desejam acabar com esse processo rápido. É compreensível: o organismo humano foi “configurado” para evitar a dor. Em termos práticos, isso geralmente significa um encontro onde o líder fala bastante e o subordinado permanece em silêncio. Essa parece ser a maneira mais rápida e gentil para passar por essa tarefa (de ambos os lados), mas é um erro terrível.

Outro estudo global promovido pela consultoria Zenger/Folkman, revelou que quanto mais as pessoas sentiam que seus líderes não as escutavam, mais estariam propensas a acreditar que seus líderes não estavam sendo honesto ou diretos.

É uma espécie de paradoxo o desejo que temos de transmitir um feedback construtivo, mas que ao mesmo tempo, ficamos receosos em entregar. Quando se trata de assumir o compromisso de entregar um feedback honesto, vale a pena esforçar-se para se colocar no contexto e visão de mundo de quem está recebendo.

Com HBR